Os últimos meses foram marcados por diversas transformações dentro das empresas e ao redor do mundo. A pandemia da Covid-19 exigiu um nível altíssimo de adaptabilidade e resiliência por parte dos executivos e conselheiros, que precisaram tomar decisões rápidas, conforme o cenário mercadológico evoluía. Sem poder comparar a crise atual com algum outro evento do passado, os gestores tiveram que apender a ‘dançar conforme a música’ e se adequar, de forma imediata, a todas as exigências e imposições que surgiam no mercado.
Diante das circunstâncias e do impacto econômico gerado por conta da pandemia, a governança e as finanças corporativas passaram a ser pautas indispensáveis nos conselhos de administração. Segundo o CEOChief Executive Officer (CEO): O Chefe Executivo da empresa, conhecido também como Diretor Executivo, Diretor Geral e Diretor Presidente ou Presidente. e Fundador da Proposito/Transearch, André Caldeira, os temas ganharam ainda mais relevância nas empresas, aproximando o diálogo entre gestão e conselhos.
“A governança corporativaÉ o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e... pode ser um indicativo de maturidade de uma empresa, independentemente do seu tamanho. Traz um conceito de jornada, pois trata-se de um processo que amadurece com o tempo, sem uma linha de chegada, mas com estágios de desafios e resultados”, explica Caldeira.
O papel dos conselhos de administração
Antes da pandemia, as empresas e seus conselhos de administração estavam focados em temas como plano climático, agenda ambiental, diversidade nos conselhos e cibersegurança, por exemplo. Com o evento mundial, as discussões acerca de ESGESG é uma sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português). Geralmente, ela é usada para se referir às práticas ambientais, sociais e de..., governança ambiental, social e corporativa na sigla em inglês, se tornaram prioridade.
De acordo com o Country Manager na BlackRock Brasil, Carlos Takahashi, o mundo passou a exigir mais transparênciaÉ o que se pode ver através, que é evidente ou que se deixa transparecer. É a virtude que impede a ocultação de alguma vantagem pessoal. por parte das empresas e dos cidadãos, dando espaço para a compaixão e iniciativas solidárias. “O contexto da pandemia nos mostrou que precisamos de pessoas com diferentes competências e perfis atuando nos conselhos. Os fatores técnicos como a administração e as finanças são essenciais. Contudo, precisamos olhar para os fatores socioemocionais também”, ressalta Takahashi.
Quando se trata de inteligência emocional, o vice-presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner, Osvaldo B. Schirmer concorda que esse é um ingrediente básico para todos os executivos e membros do conselho. “Apesar de todo o conhecimento técnico, os conselheiros precisam entender os anseios dos seus pares e de seus executivos. Eles precisam entender que, por traz do profissional, existe uma pessoa, um sentimento, uma família. É preciso, muitas vezes, resignificar o boardGeralmente se refere à expressão completa “Board of Directors” que equivale ao Conselho de Administração no Direito Societário brasileiro. Órgão colegiado encarregado do processo de decisão de uma empresa em... para que atentam às exigências sociemocionais e técnicas da empresa”, complementa Osvaldo.
Desafios da área financeira
A área financeira também vem enfrentando grandes desafios desde que o caixa se tornou o protagonista das decisões, já no início da pandemia. No atual cenário de retomada, os executivos financeiros passaram a atuar em casos práticos e iniciativas que apoiassem as demais áreas da empresa e gerassem valor dentro das organizações.
“O maior desafio das empresas atualmente é adequar a sua estratégia à uma realidade de transformação, a qual o mundo inteiro está passando e que afeta todos os setores. Todo o ambiente empresarial está sendo colocado a prova e mudando rapidamente, por isso é importante levantarmos essas discussões, com o objetivo de garantir que as empresas estejam atualizadas em relação a essas mudanças e continuem sendo competitivas no mercado”, afirma o presidente do IBEF-PR, Maurício Zanforlin, que também é CFOChief Finance Officer (CFO): Conhecido também como Diretor Financeiro. no Grupo Marista.
Neste sentido, o Mercado Livre, que hoje é a maior comunidade de compra e venda online da América Latina, também entende que a área financeira deve dar suporte para a empresa entregar novas soluções para o mercado. De acordo com o Tiago Azevedo, CFO do Mercado Livre Brasil, os investimentos realizados na área de T.I, por exemplo, são meios de apoiar um novo negócio a ser criado.
“Nós não compramos tecnologia. Entendemos que esse recurso precisa ser proprietário para gerar vantagem competitiva e flexibilidade em atender as demandas do mercado com mais agilidade. O grande segredo disso, e onde o financeiro nos apoia, é no capital humano. Contratamos equipes para criar tecnologias especificas e elencamos as prioridades de acordo com a necessidade do mercado”, afirma o CFO.
Entretanto, a disrupção e a inovação nem sempre estão ligadas à tecnologia, mas também à forma como os processos, negócios e, principalmente, a cultura da empresa são conduzidos. Para o CFO do PayPal, Lucas Medola, são ideias criativas e rápidas que melhoram um cenário, assim como a diversidade dos profissionais que atuam na organização.
“ Investimos muito em diversidade no PayPal, porque somente com um time diverso, que reúne uma variedade de pontos de vista, é possível tornar produtos e serviços ainda mais eficientes. A diversidade não pode ficar restrita à cor ou ao gênero, mas também a afinidade, habilidades e outras competências. Por isso, desenvolvemos uma cultura voltada à inovação em todos os setores da companhia. Mas, além das habilidades técnicas, nossos profissionais precisam ter outras softskills e entender a dor das pessoas”, frisa o executivo financeiro.
O tema governança e finanças no cenário atual foi discutido na quinta edição do Seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC Capítulo Paraná, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF Paraná. O evento online contou com a participação e moderação das diretoras Fabiana Lorenzi, Grupo PICNIC/Leprino Foods Brasil, e Monique de Souza Pereira, comunidade Legado e Família. A iniciativa também recebeu o patrocínio prata do Banco Pine e patrocínio bronze da KPMG Brasil.
Sobre o IBEF – PR
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR) é uma instituição sem fins lucrativos, que congrega executivos de finanças dos vários segmentos da atividade econômica do Paraná: executivos das áreas de indústria, comércio, consultorias, empresas de serviços, auditorias, instituições financeiras (bancárias e não-bancárias) e instituições governamentais. Através de seus comitês de Finanças, ComplianceSubstantivo advindo do verbo to comply (agir de acordo, cumprir, obedecer). Estado de estar de acordo com as diretrizes ou especificações estabelecidas pela lei ou regras, políticas e procedimentos de... e Riscos, Tributário e Empresarial, Inovação e Desenvolvimento de Executivos, o IBEF-PR realiza vários eventos, discussões e compartilha conhecimento para contribuir com o desenvolvimento dos profissionais de finanças do Paraná.
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Notícia publicada originalmente na Gazeta do Povo.